A Skechers tinha como principal foco a produção de calçados casuais embasados no marketing promovido por celebridades, como Britney Spears que, depois de algum tempo, travou uma briga judicial com a Skechers motivada por um merchandising de patins. A marca de Manhattan Beach ainda esteve envolvida em outros processos judiciais em que a fizeram desembolsar cerca de 40 milhões de dólares.

Com este histórico, quem poderia imaginar que a Skechers um dia se tornaria uma marca promissora de calçados de performance? Sua credibilidade como fabricante de tênis para corrida se deve também ao maratonista Meb Keflezighi, que deu visibilidade à marca quando ganhou a maratona de Boston em 2010. Aos 36 anos, Meb acabava de ser cortado do grupo de patrocínio da Nike, o que rendeu um retorno quase instantâneo para a Skechers.

Mas esse não era o único problema para a Skechers, a marca ainda novata na área, se viu em déficit em sua parte técnica para desenvolver produtos de performance. Entra então Kurt Stockbridge, ex funcionário da Nike com grande experiência no desenvolvimento de tênis para corrida. Com isso a marca ganhou reconhecimento rapidamente.

Mesmo assim, ainda falta maturidade na sua linha de calçados para corrida que, em meio seus produtos, podemos destacar alguns como: GoRun 3, GoRun Ride 3, GoMeb Speed 2 e GoRun Ultra. Há nesses modelos uma estabilidade em design com características específicas que diferenciam os modelos, mas há uma vantagem relevante entre eles: o preço. Skechers oferece seus produtos na maioria das vezes com investimentos abaixo de R$250,00.

Em nossa resenha de hoje falaremos sobre o GoRun Ride 3. Logo de cara podemos ressaltar suas duas edições: a comum ou a Nite Owl, que traz em sua parte superior tiras de couro sintético fluorescente que capturam a luz solar e que durante a noite a descarrega fazendo com que estas partes especiais brilhem no escuro. Além disso o GoRun Ride 3 oferece uma novidade: uma palmilha opcional que eleva seu salto em 4mm. Essa alternativa altera as características e comportamento do tênis durante o treino.

Em seu interior o Ride 3 mostra uma palmilha integrada, que é possui uma camada de espuma em baixa densidade localizada sobre a entressola de EVA e coberta por uma malha macia. Seu acabamento bem feito foi essencial para que a palmilha integrada ficasse esteticamente bem aplicada. Nesta composição o Ride 3 é indicado para passeios mais leves e de pouca intensidade que não exijam tanto do seu amortecimento que, mesmo sem as palmilhas adicionais pode ser notado com facilidade. Caso contrário o tênis não terá um feedback de amortecimento favorável e em pouco tempo poderá sentir a espuma da palmilha integrada se achatar.

Sem as palmilhas houve um certo desconforto, pois o espaço interno se tornou maior gerando um pouco de instabilidade durante o passeio com a falta de isolamento dos pés. A parte interna do Ride 3 foi alvo de algumas reclamações, já que há costuras que podem ser sentidas durante o treino. Algumas destas costuras são eliminadas ao usarmos as palmilhas, mas ainda sim será possível sentir algumas outras.
Sua parte superior não traz nada inovador (apesar da sua versão Nite Owl), é produzida de malha fechada, o que pode trazer desconforto em corredores acostumados com calçados feitos com malha respirável.

Esteticamente as solas do Ride 3 são bonitas, porém, em se tratando de durabilidade e funcionalidade poderiam ser um pouco melhor. Seu solado é produzido em EVA e possui cápsulas em borracha moldadas por injeção – GOImpulse. Até aí, tudo bem. Mas o problema é que estas cápsulas foram posicionadas de forma desatenta pela Skechers já que nenhuma delas se encontram nas áreas de desgaste crítico, independente se você tem como ataque a parte frontal ou traseira dos pés. Com isso podemos encontrar um pouco de déficit em se tratando de tração, mas mesmo assim dá para sentir que a sola ajuda na estabilidade.

Em geral, o GoRun Ride 3 tem atraído bastante atenção do público especializado, há muito feedback positivo, especialmente por este produto apresentar uma relação de custo X benefício muito atrativa, podemos dizer que esta é uma maneira segura de começar.